Skyhunter

Skyhunter: Um Mundo Distópico Com Uma Pitada de Fantasia

Oi pessoal, tudo bem? Hoje vim falar sobre Skyhunter: A arma secreta, publicado pela Editora Rocco, da autora Marie Lu, também conhecida pelas séries Legend e Jovens de Elite.

Antes de mais nada, é importante ressaltar que esse livro já começa com muitas reviravoltas, sendo bem desafiador comentar sobre ele sem entregar partes que acredito serem mais interessantes de se descobrir lendo. E como não quero estragar a experiência de ninguém, vou deixar alguns acontecimentos de fora.

Skyhunter foi o meu primeiro contato com a escrita da Marie Lu apesar de já ter recebido ótimas referências dessa autora e já adianto que foi um excelente começo! Uma das coisas que mais me chamou atenção e que eu gostaria de destacar é sua construção de mundo, que é exposto logo de início.

Skyhunter é o primeiro livro de uma duologia voltada para o público jovem adulto

A Federação Karensa está dominando o mundo, sendo Mara a última nação ainda livre. Refugiados fogem para escapar de um destino pior que a morte – a transformação em monstros conhecidas como Fantasmas, que são verdadeiras armas de guerra.

Nesse contexto, conhecemos a história do ponto de vista de Talin.

“Meu nome é Talin. Sou Foice de Mara, a última nação livre deste lado do oceano. Somos lendários portadores da morte, assassinos de monstros.”

Skyhunter

Como refugiada, Talin conheceu os horrores da Federação, uma máquina de guerra mundial responsável por destruir inúmeras nações. Após a invasão de sua terra natal, por conta de um trauma (físico e/ou psicológico) ela perde sua voz e sua casa. A crueldade da guerra fez com que ela sua mãe a buscassem asilo em Mara.

Talin conhece Conor, um jovem influente que a ajuda a ser reconhecida como guerreira e permite sua entrada para o exército de Mara. Graças a ele, Talin é a única refugiada autorizada a fazer parte da Foice. Sabendo de sua responsabilidade, ela luta com todo o seu coração e arrisca sua vida pela nação que a salvou da Federação. Mas, apesar de toda determinação e treinamento nessa força de combate, à medida que o número de Fantasmas cresce e Karensa se aproxima, a derrota parece inevitável.

Quando um misterioso soldado que desertou a Federação é capturado pela Foice, Talin percebe que ele pode ser a sua única esperança.

A Federação e seu governo autoritário

Um dos temas sombrios que a autora explora em Skyhunter é a manipulação do governo, não apenas fisicamente, mas mentalmente. Ter a Federação como vilã dessa história foi uma escolha interessante. Há uma citação do livro que explica perfeitamente o papel que ela desempenha:

“É isso que a Federação faz conosco. Planta essas lembranças horríveis nas nossas mentes até nossos corações ficarem vazios.”

Este é um mundo construído sobre uma sociedade antiga (presumivelmente a nossa), com experimentos envolvendo seres humanos como cobaias, e a guerra sendo a força motriz desta história. Apesar dessas semelhanças com o nosso passado e com outros livros distópicos, há algo na escrita da autora que faz essa história única. Eu fui instantaneamente levada para este mundo intrigante.

Marie Lu

Skyhunter contém traços autobiográficos?

Aparentemente sim. Marie Lu nasceu na China e se mudou com sua família para os Estados Unidos quando tinha cinco anos de idade. Uma das críticas recorrentes de Skyhunter é a xenofobia demonstrada pela maioria dos habitantes de Mara com a personagem principal. Talin é uma refugiada e apesar de todo o preconceito que sofre, é leal ao seu juramento à Foice.

“Vocês passaram a vida toda olhando com desprezo para o chão onde piso. Para o estilo das minhas roupas e para o tom da minha pele. Para a comida que como. Para o idioma do meu povo (…). Enquanto vocês tentam fugir pelos túneis, eu vou me voltar na direção do perigo e seguir para fora da muralha.”

Além disso, outro ponto que pode ter forte influência da autora é a relação próxima de Talin com sua mãe, que fica evidenciado com a dedicatória.

“Minha mãe segura as minhas mãos e beija meus dedos. — Eu te amo — sinaliza ela. As palavras são incomuns na nossa casa, uma parte nada natural das nossas vidas, assim como da cultura baseana. Mas a raridade faz com que carreguem muito mais peso; sinto na força do aperto das mãos dela e na duração do olhar.”

Editora Rocco

A arma secreta, a família encontrada e a mensagem final do livro

Além da relação inspiradora entre Talin e sua mãe, ela encontra apoio de dois companheiros da Foice em sua jornada: Adena e Jeran. Red é outro grande personagem que surge em Skyhunter e que tem um papel essencial. Eles são leais ao seu núcleo e farão qualquer coisa para proteger um ao outro.

“Porque a minha mãe me ensinou que, apesar de tudo, tenho que escolher o bem.”

Foi a primeira vez que eu tive contato com um livro cuja protagonista falava por linguagens de sinais. O interessante é que na Foice, esse tipo de comunicação é muito comum, pois é uma forma estratégica dos soldados se manterem silenciosos e à espreita. Então por mais que Talin enfrentasse dificuldades quanto a sua cultura, na Foice ela encontrou um lugar de inclusão e amizade.

Em meio a tudo isso, a autora apresenta situações em que nos perguntamos o que nos faz misericordiosos ou cruéis. O que somos capazes de fazer pelo que consideramos correto, especialmente sob uma situação de risco.

No mais, esse é um livro emocionante e completamente imersivo. É uma história sobre lutar pelo que é certo trazendo mensagens de esperança, recomeço, amizade e amor.

Ficha técnica

Título: Skyhunter – A arma secreta
Autora: Marie Lu
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Rocco
Páginas: 384
Ano: 2021

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Beijos, Flavia 💙

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18 Comentários

  1. Olá, tudo bom?
    Nunca tinha ouvido falar sobre esse livro – apesar de já conhecer o nome da autora – e confesso que fiquei bem interessada em dar uma chance a essa duologia. Adoro quando o livro aborda questões de governos que manipulam a população, sempre acho muito interessante. Curti muito saber que a autora trouxe algumas de suas referências para sua obra. Também nunca li nada em que a personagem fale em lingua de sinais. Dica anotada!
    Beijos

  2. Oi Flávia!
    A primeira coisa que me chamou a atenção foi a capa, amei!!
    Num mundo distópico, adoro sempre a construção do cenário, dos personagens e a criatividade dos autores que engrandece a escrita. Fiquei curiosa para conhecer Talin e sua mãe, como desenvolve os laços de amizade, lealdade e companheirismo. Parabéns pela resenha, obrigado pela dica, bjs!

  3. O livro passa uma mensagem profunda com uma mistura de fantasia ele é um livro imersivo , vale apena a dica.

  4. Olá Érika,
    Parece um livro muito interessante, principalmente pelo fato de levar o leitor a refletir sobre algumas situações. O que chamou a minha atenção foi saber que a protagonista fala através da linguagem de sinais. Pensei na minha neta que tem seus próprios sinais para se comunicar. Não sou de ler distopias, porém fiquei com vontade de conhecer a escrita da Marie Lu.
    Um abraço!
    Cidália.

  5. Eita, um livro que já começa com reviravoltas! Como assim Breesil?! Já estou gostando da ideia.
    Deve ser uma experiência muito boa ler um livro onde a protagonista fala por linguagem de sinais. Já vai pra minha lista.

  6. É esse tipo de leitura que me pega de jeito, já guardei o nome, com certeza vou querer esse nas minhas mãos , já morrendo de vontade de ler!

  7. Oi Erika! Espero que esteja tudo bem por aí…
    Então, eu não sei porque, mas sempre me sinto levemente atraída por fantasias e/ou sci-fi que trazem essa realidade diferenciada, outros mundos, novas regras, leis severas, déspotas, mocinhos e mocinhas, rebeldes!
    Ah! Me esbaldo. Minha mente viaja. Só que, não sou uma boa fã nem nada. Só apreciadora. Porque muita das vezes me vejo perdida.
    Sua dica é muito boa, pois uma duologia não é nada pequeno que possa nos deixar perdidos, nem tão grande pra desanimar a ler séries de muitos livros. Adorei saber mais sobre essa obra da autora. Curiosa com esse tanto de plot que você citou.
    Grande abraço

  8. Gente que proposta legal desse livro, eu não li ainda, mas achei sua resenha é interessante!
    Abraço, Alécia 💙

  9. Espero ler Skyhunter – A Arma Secreta, em breve. Porque tenho curiosidade em ler os livros da escritora Marie Lu, são bem do estilo de leitura que gosto de me aventurar. E esse por ser um mundo distópico com certa pitada de fantasia, com certeza já me conquistou.

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