Matthew Weiner

Matthew Weiner | Acima de tudo, Heather

Oi gente, tudo bem? Estão de férias ou aproveitando o tempo para pôr as leituras em dia? A minha última foi Acima de tudo, Heather, de Matthew Weiner. Livro que faz parte do selo TusQuets da Editora Planeta.

Se você tem acompanhado o blog viu que postei uns dias atrás Canção de ninar, da Leïla Slimani, que também pertence a este selo. Iniciei a leitura recentemente a leitura de Terra Alta, mas se tornou um pouco lenta então passei outros livros na frente (quem nunca?!? haha).

Sobre “Acima de tudo, Heather”

Mark e Karen são duas pessoas que estão à procura de um relacionamento. Porém não sabem muito o que esperar do parceiro. Até que um amigo marca um encontro às escuras. Num primeiro momento acreditam que é apenas mais um encontro. Mas Mark acaba conquistando Karen.

Muitos encontros depois eles percebem que a relação está ficando séria e decidem ficar noivos. Pretendem se casar somente após a promoção de Mark, mas isso nunca acontece. Então decidem se casar mesmo assim. Algum tempo depois nasce Heather. A bebê mais perfeita do mundo.

Cabelos claros, olhos azuis, e uma personalidade que encanta a todos desde o primeiro momento. O que aquela criança tem de tão especial? Mark e Karen se sentem abençoados. Deus os presenteou com um ser de luz. Seja no metrô, no parquinho, na escola, todos ficam admirados com Heather.

Heather era um bebê bonito. Seus cabelos loiros acabariam escurecendo, mas ela tinha grandes olhos azuis e já sorria com oito semanas de idade, com frequência batendo palmas com as mãozinhas gordas, encantada.”

Mark após ganhar muito dinheiro e proporcionar uma vida confortável à sua família continua trabalhando com afinco. Já Karen não voltou ao mercado de trabalho e se dedicou completamente aos cuidados de Heather e da casa. Sente a menina pode se tornar sua melhor amiga e dedica cada segundo do seu tempo a ela.

Mas Heather não será criança para sempre. Então chega a adolescência e o mundo parece virar do avesso. O relacionamento dessa família nunca mais será o mesmo, ainda mais depois que um peão de obra, chamado Bobby, começa a trabalhar na reforma do apartamento na cobertura.

Em New Jersey nasce Bobby

A alguns kilômetros de New York num hospital público nasce Bobby. Sua mãe, viciada em todo tipo de droga, fica internada até o último minuto aproveitando os benefícios de ter conforto, comida e nenhuma preocupação.

A mãe de Bobby é solteira, drogada e mora num bairro pobre. Ela nunca quis ter filhos então quase a criança nasce ela continua se drogando e levando homens diferentes para casa. É nesse ambiente que ele cresce.

Já maior sempre que se sentia sozinho ia caminhar próximo ao lago. Mas não era um dos melhores lugares porque estava cheio de lixo e cheirava mal. Mas era um fuga. Quando não era alvo de piadas dos namorados da mãe era capacho apanhando e ajudando os adultos a se drogarem.

A chegada de Bobby servira muito pouco para alterar a crença da mãe de que a heroína era a melhor coisa em sua vida. Ela nunca pretendera passar seus anos de adulta em Harrison com todos os “desprezíveis”, como os chamava.”

Já adolescente começou a trabalhar. Agora ele podia se trancar no quarto para assistir TV, tomar cerveja e ficar alheio ao que acontecia com sua mãe. Num dia ao acaso começou a paquerar sua vizinha mas as coisas não deram muito certo e Bobby acabou sendo preso. Condenado a 5 anos, podendo sair antes por bom comportamento.

Três anos e meio depois Bobby está de volta. Seu agente da condicional lhe arruma um emprego e ele começa a guardar dinheiro. Um dos namorados de sua mãe desconfia e rouba seu dinheiro, além de bater na sua mãe e deixá-la desacordada. Bobby põe um ponto final a essa situação. Consegue um novo emprego como peão de obra e começa a trabalhar em New York.

O destino brinca e coloca Bobby e Heather no mesmo lugar. Bobby 24 anos. Heather 14. No meio de olhares curiosos por parte de ambos está Mark. Um pai que faria qualquer coisa para proteger sua filha.

Como foi a leitura de “Acima de tudo, Heather”

Apesar de o livro ser curtinho o autor levanta muitos questionamentos. Pela leitura não consegui perceber se a intenção era essa ou não, mas vale a pena comentar sobre.

Num primeiro momento nos deparamos com Karen, uma mulher insegura que acredita não ser capaz de encontrar o parceiro ideal. Se vendo obrigada a ficar com quem aparecer. Por outro lado temos Mark apesar de muito inteligente não tem muitos atributos o que acaba afastando as mulheres. Ele é o completamente o oposto do pai que é treinador do time de futebol americano. Por sorte ou acaso de destino eles se encontram e dão chance ao relacionamento.

Mark acabou descobrindo que Karen e Heather viviam como uma unidade fechada, da qual ele estava fora. Suas tentativas de participar eram prejudicadas por sua ignorância, e, de fato, sempre era mais fácil para Karen fazer as coisas ela mesma do que vê-lo lutar para vestir a criança ou arrumar a bolsa para uma ida ao parque.”

Porém, quando Heather nasce Karen esquece completamente do marido. Sua vida se resume a cuidar do bebê recém nascido. Mark pensa ser apenas uma fase. Mas conforme os anos vão passando o distanciamento entre eles como casal só aumenta.

Karen é tão dependente da filha que ao ser levada para a escolinha pela primeira vez é ela quem chora e não a criança. Enquanto Heather se diverte na escola e tem milhares de coisas para contar, Karen ficou em casa triste e abatida se sentindo sozinha. Como se antecipasse a síndrome do ninho vazio.

Mark percebe que tem algo errado e confronta a esposa. Tem início então os sábados de pai e filha. Karen precisa tanto de atenção que nos poucos momentos em que Heather fica com o pai sente-se deixada de lado e arruma várias desculpas para estar junto com os dois. A atenção exagerada de Karen sufoca Heather o que contribui para que a menina se feche cada vez mais.

Com a presenção de Bobby no prédio e os olhares dele para Heather acende um alerta em Mark que teme pela segurança de sua filha. Ele não sabe explicar, mas acredita que o rapaz tem más intenções. Se por um lado Karen sufoca Heather com cuidados, por outro Mark quer mantê-la em segurança a seu modo. Até acontecer algo que mudará a família Breakstone para sempre.

Considerações finais

Quando li Canção de ninar percebi que a proposta do selo TusQuets é meio diferente de outros livros que estou acostumada a ler, principalmente suspense ou thrillers. Acima de tudo, Heather começou de forma linear, teve um ápice e final é como se quiséssemos algo mais.

Saber o que aconteceria depois daquilo. Como se o autor deixasse aquela situação em nossas mãos e tirássemos nossas próprias conclusões. Eu, particularmente, gosto de finais abertos, ou pelo menos a sensação de que algo aconteceria depois porque nos instiga a usar de criatividade e interpretar do nosso jeito.

Foi uma leitura leve, rápida, apesar de algumas passagens que me deixaram sem ar (leia para saber mais) e mal pude acreditar que aquilo realmente aconteceu. Outro ponto que merece atenção é com relação a crianças serem fruto ou não do ambiente em que são criadas. Mesmo tendo os pais drogados é possível ser uma pessoa de bem? O que você pensa a respeito?

Acima de tudo, Heather, Matthew Weiner, de maneira geral aborda uso de drogas, bebida alcóolica, violência, pobreza e negligência. É possível ser uma pessoa de bem crescendo nesse ambiente? Fica o questionamento.

Agora me conta, você já conhecia o livro ou o novo selo da Editora Planeta? Tem curiosidade em saber mais sobre Heather e sua família? Já conhecia Matthew Weiner? Antes de ir deixe um comentário 🙂

Até a próxima, Érika ♡


Nos acompanhe nas redes sociais
Facebook ♡ Instagram ♡ Twitter ♡ PinterestTikTok

Posts Similares

14 Comentários

  1. Oieee, Erika! Menina, eu adorei a trama, fiquei super presa no que ia acontecer. Agora já tô doida querendo ler, e nem costuma muito ser o tema das minhas leituras. Gostei muito da ideia desse selo da Planeta, vou ficar de olho.
    Parabéns pela resenha instigante!

  2. Oi Érika!
    Menina, estava aqui lendo sua resenha, quando percebi já acabou, adorei o enredo e você me instigou a querer saber mais, o que aconteceu? kkk Na sua maneira de contar até me arrepiei ao ler sobre os pais de Heather, quais as medidas que tomaram pois eles superprotege a filha…acho que vou ter que ler para saber. Amei sua resenha e estou aqui procurando esse livro para comprar, obrigado pela dica, parabéns pela resenha, bjs!

  3. Fiquei curiosa para saber das partes que te tiraram o fôlego e são por essas partes que fiquei curiosa. Já quero ler!!!
    bj

  4. Oi Erika.

    Eu vi a capa deste livro nas redes sociais e no Amazon, mas ainda não tinha lido uma resenha sobre a história. Vou ter que adicionar na lista de desejados, pois fiquei com muita vontade de lê-lo por causa dos temas abordados. Você conseguiu mexer com a minha curiosidade por causa do questionamento. Vou adicionar na lista de desejados. Valeu pela dica, assim também teria a oportunidade de conhecer os livros do selo da Planeta.

    Bjos

  5. Gostei demais da sua forma de abordagem referente ao livro que em um primeiro momento passa aquela sensação de completude e logo depois começa a aparecer os questionamentos e aflições dos personagens.

  6. Oi Erika
    Eu não conhecia nem o selo, nem o livro. Achei interessante essa proposta do estilo das obras. Assim como você minhas leituras tendem muito para o Thriller, Suspense…
    Bom, fiquei encantada como um livro curto conseguiu abordar tanto assunto interessante. Levanta algumas pautas que, pelo menos lendo sua resenha, bateu com conteúdos internos meus. hahahahaa
    Feliz por ter sido uma boa leitura.
    Grande abraço

  7. Eu tenho muita curiosidade clm os títulos desse selo. A trama parece do jeito que aprecio. E tbm nao me incómodo com finais abiertos justamente por essa possibilidade de interpretación..
    Vou ver se compro esse ano ainda pra ler.
    Tschuss

  8. Oi Erika, tudo bem?
    A situação dele com a mãe é tão complexa, envolve tanta coisa. Fica até difícil opinar, sabe? Essa discussão sobre o meio é sempre muito interessante. Eu acredito que o meio influencia até certo ponto, e que as circunstâncias da vida, as falta de oportunidade, as injustiças, as maldades, tudo isso pode contribuir também. Mas ainda existe algo inato a cada um, independente disso tudo. Mas como eu disse, é muito difícil falar qualquer coisa. Dessa vez a leitura não chamou minha atenção, mas parece ser uma boa obra para discutirmos.
    beijinhos.
    cila.

  9. Oi, Érika. Tudo bem? Muito interessante como em meio essa trama elaborada ainda se aborda os temas de uso de drogas, violência, negligência, bebida alcoólica e pobreza. Acho difícil ver alguém de bem crescendo nesse ambiente. E traz questionamentos relevantes. Ótimo que tenha sido uma leitura rápida e leve, mesmo com as passagens de tirar o ar.

  10. Oi! Eu adorei a sugestão de leitura 📚,a história é bem interessante. Vou colocar na lista de leitura!

  11. Oi, tudo bem?

    Achei a proposta interessante! E eu acho que se o livro te levanta questionamentos, não é muito sobre os questionamentos do autor, mas sobre o que você tirou da obra que importa! Então, é sempre bom pensar naquilo que o texto te traz. Gostei de saber das temáticas, assim que tiver mais tempo, vou ler também!

  12. Oiê, estou colocando leituras em dia, sempre faço isso no mês de janeiro, mas este ano, estou com a corda toda, já ultrapassei e muito minha meta, o que me contenta. Primeiro, não conhecia este selo da editora e vou pesquisar mais, fiquei curiosa. Sobre o livro, também me pareceu interessante, Sobre pais ‘drogados’ é preciso pensar sobre isso, álcool e açúcar são drogas, então precisaria ler a obra para trazer uma opinião precisa, porém, pasmem, sim, as pessoas podem ser de ‘bem’ porque a dicotomia bem e mal para pessoas é uma invenção tosca da igreja. No entanto, precisaria ler o livro para entender qual a proposta sobre a temática e não cair em clichês.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *