O Homem de Palha: O Triller Surpreendente de Pablo Zorzi

Oi gente, tudo bem? Hoje eu vim falar para vocês sobre “O Homem de Palha”, um thriller nacional que acabou de ser lançado pela editora Astral Cultural, do autor Pablo Zorzi.

Esse ano eu tenho me aventurado mais nesse gênero e têm sido uma ótima experiência! O Homem de Palha se destacou para mim pela qualidade da escrita e pelo enredo bem fundamentado.

Se você gosta de histórias de suspense, tramas com multicamadas e personagens que parecem reais, não deixe de conferir!

A PREMISSA DE O HOMEM DE PALHA E O PONTO DE VISTA DO ASSASSINO

Numa autoestrada do Alasca, um atropelamento em plena madrugada de Natal alerta a polícia da região. O agente Gustavo Prado é escalado para investigar. A vítima: Uma jovem desaparecida há quase dez anos. A partir de então, mulheres grávidas começam a sumir e cada vez mais corpos são encontrados em cenas teatrais montadas por um psicopata que todos passam a chamar de O Homem de Palha.

O enredo parece simples, mas a qualidade da escrita é surpreendente! A inclusão de certos detalhes provoca uma atmosfera vigilante. Desde a expressão assombrosa das vítimas, o ponto de vista do assassino e suas excentricidades, investigadores ganham vida até que pareçam pessoas próximas e você esteja completamente absorto.

A história é contada, em sua maioria, pelo narrador onisciente acompanhando de perto a investigação da polícia e em especial, o agente Gustavo, que vive em constante conflito com o seu passado. Além disso, alguns capítulos são contados pela perspectiva do assassino. Apesar de serem passagens breves, essa é uma boa estratégia e mostra um pouco como funciona a mente deturpada do mesmo.

“Ali está ela. A mais bela figura que a natureza poderia me mostrar. Mantenho a calma, não quero assustá-la. A maravilha da morte é algo que precisa ser aproveitado em toda sua essência (…). Ela está aqui comigo, minha doce menina, trancada nessa caixa de madeira que eu mesmo construí. Até poucos minutos atrás, fiquei ouvindo-a gritar, chamando por socorro. Agora ela se calou, mas quero que continue. Não gosto do silêncio. Os gritos dela alimentam meus demônios. E meus demônios estão famintos.”

A DUALIDADE ENTRE O ASSASSINO E O ARTISTA – ATÉ OS SERIAIS KILLERS PRECISAM DE UMA
BOA IDENTIDADE VISUAL

“Elsa Rugger foi uma de minhas vítimas. Ela tinha um jeito caipira de andar. (…) Preciso dizer que eu era apenas um projeto de monstro naquela época: sem método, sem cautela, sem nome. É verdade que nome é algo que ainda não me deram, estou trabalhando nisso.”

Alguém está ganhando fama pelo assassinato das mulheres grávidas, sendo chamado de “O Homem de Palha” e aquele que se diz o verdadeiro assassino não está gostando nada disso.

“Outra vez creditaram minha obra ao ladrão de cadáveres. No meu teatro mental, as luzes perdem o foco e meus fãs me olham como se eu os tivesse traído. Eles querem mais. Pedem mais. Gritam que o Homem de Palha é um assassino melhor. Nunca somos nós mesmos quando há plateia. Querem mais? Vou lhe dar mais.”

O interessante disso tudo, por mais sórdido que possa parecer, é como essa rivalidade entre eles vai crescendo e alimentando cada vez mais e mais seus instintos pelas atrocidades particulares de cada um.

NÃO É UM LIVRO SENSACIONALISTA, É UM THRILLER FOCADO NA COMPLEXIDADE DA MENTE HUMANA

Esse é livro em que o autor inclui cenas sensíveis, mas consegue fazê-lo sem tantos detalhes gráficos que nos deixam enojados. Não é uma história puramente feita para chocar, mas sim, levantar várias questões acerca do comportamento humano. Os momentos em que temos o ponto de vista do assassino ajudam a explorar a complexidade da mente de um psicopata.

“Parada na minha frente, ela espera. Uma espera fácil pois não sabe o que vai acontecer. No começo, olha ao redor, mas não vê motivos para fugir. Sou invisível, e ela não sabe de nada. (…) O tempo passa. Algo se move entre as folhagens. Ela ergue a cabeça e, como se sua vida dependesse daquilo, some entre as árvores. Aprender a controlar a respiração é algo importante para um caçador.”

Aplaudo o autor por sua entrega do assunto. Os temas não são nem um pouco fáceis de serem escritos, mas foram executados com muita seriedade.

O ASSASSINO DE O HOMEM DE PALHA E SUA RELAÇÃO COM A NATUREZA

Em vários momentos o assassino se identifica com predadores selvagens e discute sobre a necessidade de violência para haver evolução.

“Entendo que isso soe macabro para ouvidos criados a base de cotonete, mas violência é vida. Você se esconde dela, acovarda-se na sua presença, mas sem ela não haveria eu, nem você, nem lobos, nem cervos, apenas organismos unicelulares boiando num lago salgado. Violência é evolução.”

Um tema extremamente polêmico e que pela mente de um psicopata parece algo absurdo, mas se pararmos para pensar bem, existe uma certa verdade quando pensamos na série de avanços tecnológicos que tivemos em decorrência de guerras. É, de fato, um jeito diferente de encarar o mundo; é triste, mas tem aquele fundinho de verdade e isso é inquietante.

O HOMEM DE PALHA TEM TUDO O QUE UMA BOA FICÇÃO POLICIAL DEVE TER E VAI ALÉM DAS EXPECTATIVAS

Foi uma leitura bem fluída. Alternando entre passado e presente, com um toque de ponto de vista do assassino, esse livro parece ter sido feito para nos prender.

Não é uma história fácil de digerir, possuindo muitas camadas e sendo perturbadora com um tom sombrio, mas é fluída no sentido de que a escrita do autor é viciante. Não há tréguas, apenas a mistura perfeita de narrativa, caracterização e informações, prendendo você com capítulos curtos que mantêm a história avançando constantemente.

Agora me conta, gosta de thrillers? Já leu algum thriller nacional? Deixa para mim nos comentários!

Saiba mais sobre o autor Pablo Zorzi, e adquira o livro na Amazon.

Beijo, Flávia ❤️