Um Lugar Bem Longe Daqui

Um Lugar Bem Longe Daqui | Filme

Oi gente, tudo bem? Depois de muito tempo enfim fui ao cinema \o/ Se tem um lugar que gosto desde criança é shopping, assistir filme então… amo demais! A escolha dessa semana foi Um lugar bem longe daqui, adaptação do livro homônimo de Delia Owens, publicado pela Editora Intrínseca.

Um tempo atrás compartilhei o trailer do filme no instagram @corujageek, também contei o quanto estava feliz com a escolha da atriz Daisy Edgar-Jones para o papel de Kya. Já conhecia seu trabalho pela série Normal People, adaptação do livro de mesmo nome publicado pela Companhia das Letras.

Imagina minha ansiedade em ver Kya ganhando vida nas telinhas do cinema. Surreal! Outra notícia que me deixou bem feliz foi a trilha sonora ser interpretada por ninguém menos que Taylor Swift. A música Carolina ficou incrível! Gosto da Taylor desde que assisti “Idas e vindas do amor”, quando ela atuou ao lado de Taylor Lauther. Ainda dou risada das cenas em que eles aparecem juntos.

Mudando de assunto, vamos falar sobre Um lugar bem longe daqui? Quando assisti o trailer fiquei encantada com a fotografia, e não decepcionou. As locações escolhidas chegaram bem perto de como imaginei quando li o livro. O brejo, as árvores, a casinha antiga, a estradinha, os barquinhos, parecia que estava lendo o livro novamente.

O filme ter 2:05 de duração me deixou curiosa para saber se eles conseguiriam contar tudo, afinal, a história acompanha toda a trajetória de Kya. E me surpreendi, as passagens mais importantes (na minha opinião) estavam presentes.

Jojo Regina e a escolha do elenco

Primeiro queria dizer que fiquei encantada com a atriz-mirim escolhida para o papel de Kya criança. A Jojo Regina surpreendeu com seu talento principalmente nas cenas mais difíceis em que atuava ao lado de Pa e Ma. A caracterização foi tão perfeita que ela parecia pertencer aquele ambiente.

Intercalar passado e presente como no livro foi fundamental para que mesmo quem não leu compreendesse a história. Pecaram um pouco na falta de caracterização de Pulinho e Mabel, passaram alguns anos mas eles continuaram “jovens”. Mas é perdoável.

Quando terminei a leitura tinha uma ideia formada sobre Chase, ele não é confiável. Ao vê-lo ganhar vida confesso que esse sentimento se tornou ainda mais forte. Se no livro temos asco, no filme isso foi potencializado. É MUITO difícil eu não simpatizar com um personagem, mas Chase conseguiu essa façanha.

Por outro lado, meu personagem favorito é Pulinho, óbvio. Ele ter se tornado uma espécie de “pai” para Kya mesmo sem conhecê-la bem foi o ponto alto da história, pelo menos pra mim ♡

Conhecendo “Um lugar bem longe daqui”

Kya é uma menina de 8 anos que mora com os pais e os irmãos numa casinha num brejo na Carolina do Norte. Por diversos motivos um a um os membros da família vão embora daquele lugar. Até não restar ninguém além de Kya. Ela se vê perdida, sem saber o que fazer, principalmente porque precisa comer e seu pai (último a ir embora) não lhe deixou dinheiro algum.

Como aquela menina indefesa, que não conhece nada além do brejo poderá sobreviver? Dotada de inteligência, esperteza e sentimento de sobrevivência Kya inicia sua jornada rumo ao desconhecido. Seu primeiro desafio foi se perder no pântano e de alguma forma aprender a confiar sua vida a Tate. Que conhece o brejo quase tão bem quanto Kya.

Mesmo com o vazio interior por ter sido abandonada pela família Kya sente seu coração em paz ao lado de Tate. Aqueles olhos, de alguma maneira, lhe trazem segurança e conforto.

“E sua luz de vaga-lume eu em breve irei ver,
E seu remo em breve ouvir;
Longa e amorosa nossa vida vai ser,
E a donzela esconderei num cipreste aberto,
Quando os passos da morte chegarem perto.”

Tate e o encanto dos seus olhos verdes

Na adolescência Tate se aproxima de Kya novamente, dessa vez deixando penas de aves num lugar onde somente ela as encontra. Aos poucos eles começam a conversar e ele descobre que Kya não sabe ler e se oferece para ser seu professor. A partir desse momento um mundo de oportunidades surge aos olhos da menina do brejo. Aprende a ler poesias, fazer contas, desenhar como sua mãe. Dedica seu tempo a retratar todas as criaturas do brejo. Aves. Conchas. Cogumelos. E tudo o mais que a cerca.

Tate a incentiva, mostra o quanto Kya é talentosa e que seria incrível se ela publicasse um livro com todo aquele material. O brejo é sua casa, o único lugar que conhece bem, sair dali, conhecer pessoas, tudo isso a assusta demais. Ela promete pensar a respeito.

Um tempo depois quando o relacionamento entre os dois se tornou mais íntimo e estão namorando Tate conta que entrou para a universidade e dali a poucos dias irá embora, deixando Kya apreensiva pois todos sempre a abandonam. Ele diz que sempre que possível voltará ao brejo para vê-la, no entanto, não cumpre sua promessa. Kya se sente perdida e sozinha pela segunda vez.

Chase um estranho no ninho

Quando o coração de Kya está quase cicatrizado pelo abandono de Tate, eis que Chase tenta se aproximar e fazer amizade com a menina do brejo. Dois rapazes completamente diferentes, com atitudes e comportamentos distintos, mas o mesmo interesse por Kya.

Enquanto Tate é romântico, compreensivo, percebe o grande potencial e incentiva Kya a crescer e se tornar independente, Chase por outro lado, a quer como “propriedade”. Quando o primeiro cheque referente aos direitos de publicação do livro chega ele diz “não fique muito cheia de si”. Se tivesse somente essa cena sobre o Chase seria o suficiente para sabermos quem ele é.

Kya e Chase começam a se encontrar às escondidas, ele inclusive lhe propõe casamento. Porém, tudo muda quando Chase é encontrado morto perto da torre de incêndio. A principal suspeita? Kya. Numa mescla entre passado e presente acompanhamos a vida de Kya desde a infância. Será, a menina do brejo, capaz de matar alguém? O advogado Milton está disposto a provar sua inocência, mas os moradores de Bakley Cove não pensam da mesma forma.

O que achei do filme?

Como disse anteriormente, desde que assisti o trailer fiquei impressionada com o lugar que a produção escolheu. Algumas das gravações foram feitas em Nova Orleans, na Lousiana. Lembrou um pouco aquela cena do barco em Um homem de sorte (com Zac Efron). Pela história começar nos anos 1950 senti falta da edição de imagens. O figurino estava legal, mas não foi como se estivéssemos vendo uma produção dos anos 80, por exemplo.

Uma das passagens de tempo me chamou atenção porque me lembrou Lua Nova, quando Edward abandona Bella. Quem lembra da cena dela no quarto e passando todas as estações do ano? Sempre fico impressionada com a neve, as folhas caindo, as árvores secas. Um jeito criativo de mostrar a “passagem de tempo”.

“Você veio outra vez
Cegar meus olhos
Como o brilho do sol no mar.
Enquanto eu me sentia livre”

Momentos que senti falta em “Um lugar bem longe daqui”

Um das cenas mais marcantes no livro (pra mim) é quando Kya reencontra Jodie. No filme é uma cena completamente comum, faltou sentimento. Quem leu o livro perceberá a ausência da cicatriz, que é como Kya o reconhece. Uma parte muito importante que ficou de fora. Enquanto Jodie e Kya crianças tinham afinidades, já adultos não há conexão entre eles.

As poesias… estava muito curiosa para saber como elas apareceriam no decorrer da história. Mas, fiquei somente na expecativa. Elas quase não apareceram. E bem menos marcantes do que no livro. Vale prestar atenção em quais cenas estão presentes.

Quando Kya está em julgamento, tem uma cena em que Pulinho, Mabel, Jodie e Tate chegam para mostrar apoio. No livro é uma cena bem marcante e mostrou a importância de ter pessoas tão boas ao seu lado. No filme, assim como o reencontro com o Jodie, foi uma cena “normal”. Não sei se quando eu li gostei tanto do livro que fiquei emotiva e a leitura fluiu, ou se outros leitores também vão concordar comigo.

Jojo Regina x Daisy Edgar-Jones

Gosto muito da Daisy, como disse antes, pela atuação em Normal People, Em nome do céu, Fresh, mas a Jojo conseguiu transmitir mais a essência da Kya que li no livro do que a Daisy. O receio, a timidez, os olhares, a distância das pessoas, foi melhor interpretado pela versão mini de Kya. A Daisy passou um sentimento de timidez e só. E não a postura de quem cresceu se escondendo de todos, meio selvagem, e conhecendo cada cantinho do brejo.

“O Coração varrido
E o Amor posto de lado
Que não vamos usar de novo
Até a Eternidade.”

Tate Walker x Chase Andrews

Sei que grande parte dos livros precisam de uma história de amor para fazer sucesso e/ou conquistar o público, mas, pra mim, Kya não deveria ficar com nenhum dos dois. Como assim?!? Explico! Se por um lado Tate a incentivou, ensinou a ler, abriu portas, e despertou o melhor de Kya, por outro, não teve coragem de assumi-la e simplesmente desapareceu sem dar explicações. Me lembrou um pouco da postura de Connell em Normal People que também não quis assumir sua relação com Marianne.

Chase, por sua vez, dispensa qualquer comentário. Ele nem seria uma opção a ser considerada depois de desdenhar a conquista de Kya. Além disso, é violento, não tem paciência, e estava noivo de uma moça da alta sociedade. Ou seja, iludiu Kya sobre casamento para continuar com ela. Escondido assim como Tate.

O que aprendi com Kya

A vida de Kya foi uma verdadeira jornada. Elencar o que aprendi é tornar o livro inesquecível, pelo menos pra mim. A primeira lição sem dúvida é sobre transformar algo ruim numa coisa boa. Ela poderia ter morrido de fome, ter sido atacada por animais, ser levada pela assistente social, colocada para adoção, mas foi esperta e aprendeu a cuidar de si mesma.

Mesmo tendo um pouco de receio da aproximação de Tate Kya se abriu ao novo. Aprendeu a ler, escrever, aprimorou seus desenhos, e transformou tudo isso numa carreira. Ganhou seu próprio dinheiro, deixou sua casinha mais aconchegante, conseguiu a escritura do brejo em seu nome. Foi protagonista da própria vida.

Enquanto os moradores daquele lugar tinham certo preconceito com quem vivia no brejo, Kya nunca demonstrou sentir raiva, vingança, ou qualquer outro sentimento que a fizesse sentir-se mal. Pelo contrário, quando pessoas como Pulinho e Mabel mostraram amizade, ela retribuiu da mesma maneira, sendo amiga deles.

“Você sumiu, não sei para onde.
Mas sua marca o mar não esconde.
Um coração partido não pode voar,
Mas quem decide a hora que a morte deve chegar?”

Considerações finais

Um lugar bem longe daqui é uma lição de vida se olharmos camada sob camada. Uma história com protagonista forte, que mesmo com tantas feridas foi capaz de superar e vencer todos os obstáculos. Um verdadeiro aprendizado.

A escrita de Delia Owens é impecável. Mesmo trazendo temas sérios e delicados como violência doméstica, abandono, maus tratos, consegue prender a atenção do leitor e envolvê-lo na história de Kya.

Por último, mas não menos importante a trilha sonora. A música de Taylor Swift é simplesmente incrível! Antes ainda do filme ser lançado a canção foi divulgada pela @hellosunshine (produtora responsável pelo filme). Uma pena que toca somente nos créditos =( Então se quiser ouvir a música completa veja no Spotify ou Prime Music.

Essa foi a minha experiência assistindo o filme. Poderia continuar escrevendo mais algumas linhas, mas creio que vocês precisam assistir/ler para sentir um pouquinho de tudo o que falei aqui. Valeu muito a pena ver os personagens ganhando vida e o brejo se tornando real do jeitinho que imaginei.

Ah, já ia esquecendo… agradeço de coração à Editora Intrínseca que cedeu ingressos aos parceiros.

E você, conhece a escrita de Delia Owens? Tem curiosidade para assistir Um lugar bem longe daqui? Ah, antes de ir deixa um comentário contando o que achou 🙂

Até o próximo post, Érika ♡


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19 Comentários

  1. Olá… esse filme da para crianças de 11 anos assistir? Tem cenas de violência… sexo ou nudez… alguém sabe me dizer?

  2. Eu vi o filme e fiquei angustiada com algumas cenas. Ainda não li o livro e não sabia que tinha, agora fiquei curiosa!

  3. Ainda não conhecia essa autora, também não vi o filme, mas fiquei interessada e vou aproveitar o feriado para ver.

  4. Adorei o filme. Com certeza o livro é bem mais rico em detalhes e emoção. Só estou curiosa quanto aos livros que Catherine escreveu. Esses livros existem?
    Obrigada

  5. Muito obrigada por compartilhar conosco a sua análise comparativa entrei livro e o filme.
    Estou assistindo o filme, mas após ler a sua publicação, vou ler o livro também.

  6. Olá Érika, tudo bem?

    Depois de um longo tempo também acabei indo ao cinema e só posso dizer que foi ótimo voltar, depois de todo esse tempo de pandemia.
    Ainda não li esse livro e nem vi o filme, mas quero demais, pois sempre vejo muito comentários positivos. O enredo em si já é bem instigante pra mim. Você apenas me animou mais para ler e depois conferir a adaptação.

    Beijos!

  7. Olá Érika, tudo bem? Eu ainda não li o livro e nem vi o filme, mas parece ser uma história linda e emocionante. Curto tramas que nos traz ensinamentos e aprendizados.
    Beijinhos!

  8. Olá tudo bem, gostei muito da tua sugestão, ainda não conhecia este filme, gostei muito.
    “um coração partido não pode voar, mas quem decide a hora que a morte deve chegar?” não consigo parar de pensar nesta frase.

    beijos

  9. Já vi a chamada, mas não assisti ainda, gostei bastante da sinopse e das considerações sobre o filme.
    Abraços, Alécia <3

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