Força da Natureza

Força da Natureza aventura claustrofóbica na floresta australiana

Oi gente, tudo bem? Como está o clima na sua cidade? Aqui em Santa Catarina está tão frio talvez tenha neve no Natal (risos). Aproveitei o friozinho do final de semana para adiantar a leitura de Força da Natureza, novo livro da Jane Harper, publicado pela Morro Branco.

Quem acompanha o blog lá pelo instagram @corujageek sabe que A seca, livro de estreia de Jane Harper, está na minha lista de melhores leituras de 2021. Então a expectativa estava alta em relação ao segundo livro.

Força da Natureza
Surge um novo detetive “Aaron Falk”

A seca, para quem não conhece, nos apresenta Aaron Falk um detetive de Melbourne (Austrália) que após 20 anos retorna à Kiewarra para o enterro de seu melhor amigo, Luke. Chegando lá o pai de Luke pede a Aaron que verifique o caso e descubra se o filho é realmente culpado por tudo o que aconteceu.

No entanto, quando Aaron era adolescente, ele e seu pai foram expulsos da cidade porque eram suspeitos da morte de Ellie Deacon. Ele é um pária e não será nada fácil permanecer ali sendo odiado por todos em Kiewarra. Conforme as investigações avançam mais segredos são revelados. Todos têm algo a esconder.

A seca rendeu à Jane Harper mais de 10 prêmios entre eles melhor do ano pela Amazon, Sunday Times, Kobo, Goodreads Choice Award e Davitt Reader’s Choice Award. Inclusive os direitos foram vendidos e a adaptação The Dry estreou na Austrália em 2020. No instagram tem review completo sobre o livro.

Aaron Falk está de volta! Dessa vez para investigar o desaparecimento de Alice Russell.

Força da Natureza
Um mistério ainda mais envolvente

O detetive Aaron Falk trabalha em Melbourne na divisão de crimes financeiros. Lavagem de dinheiro, desvio, propina e todo esse universo. Ele é encarregado de reunir provas contra a empresa BaileyTennants na qual Alice Russel ocupa um cargo de grande prestígio.

A empresa propõe um retiro no meio da floresta. Precisamente na cordilheira Giralang. Durante 4 dias os funcionários divididos em dois grupos – homens e mulheres – farão trilha, fogo, abrigo e aprenderão como sobreviver nesse ambiente distante da civilização. No entanto, domingo último dia do evento apenas os homens retornam. O que aconteceu com o grupo de mulheres?

Essa era outra coisa a respeito de Alice, pensou Jill. Às vezes ela podia fazer você se sentir profundamente traída.

Elas deveriam ter passado pelos três pontos onde encontrariam suprimentos mas tudo continua intacto. Será que elas se perderam? Após horas de ansiedade eis que as mulheres aparecem. Sujas. Machucadas. Com fome. Frio. Sem equipamentos. E o pior sem Alice Russell. Onde está a 5ª integrante do grupo?

Força da Natureza
Cinco mulheres numa floresta… voltam apenas 4!

Você não leu errado. O grupo formado pelas gêmeas Bree e Beth, Lauren, Jill e Alice retorna ao ponto inicial com uma integrantes a menos. Todas pensaram que Alice num ato de rebeldia havia abandonado o grupo durante a noite e ido embora sozinha. Porém, quanto mais o tempo passa as preocupações de que algo mais grave tenha acontecido parece fazer sentido.

Estávamos todas com fome e frio, e Alice estava ameaçando ir embora, foi quando as coisas esquentaram e saíram do controle.

Em Melbourne, ao checar seu celular, Aaron descobre que Alice tentou ligar durante a madrugada. Por não ter sinal na floresta ela deixou um recado misterioso onde ele só consegue entender parte da mensagem “feri-la”. Nada além disso.

Por que Alice ligou para Aaron? Quem será ferido? Como ela conseguiu sinal de celular? Por que era a única no retiro com o aparelho? O detetive terá que correr contra o tempo para descobrir as respostas para essas perguntas e muitas outras que surgirão pelo caminho.

Jane Harper
Desafios, medos e claustrofobia à flor da pele

Ao ler a sinopse e me deparar com expressões como “trilhas” tinha certeza que a autora se referia aqueles parques que conhecemos durante a infância. No entanto, conforme a leitura avança percebemos o cenário claustrofóbico criado por Jane Harper.

Falk se virou em um círculo lendo, o vento açoitando sua pele. Estava sozinho. Quem quer que tivesse estado ali sumira.

Fiz uma viagem dois anos atrás, se não me engano, para conhecer uma reserva indígena aqui em Santa Catarina. Detalhe: fomos de carro, sozinhos, não sabíamos o caminho direito e a estrada de terra mal sinalizada. Depois de percorrer uns 40 minutos percebemos que estávamos em meio a uma mata fechada. Uma floresta tão fechada que quanto mais andávamos mais escuro ficava. Não sei vocês mas sinto pânico de lugares assim.

Fico pensando em cobras, macacos, sinal de celular, no escuro. Então sempre quero ir embora o mais rápido possível.

Numa outra vez fomos conhecer o Morro do Corvo Branco na serra catarinense, depois pegamos um “atalho” para o Rio Grande do Sul indo pelo interior. Novamente nos deparamos com uma floresta, e dessa vez tinha uma ponte de madeira enorme que congelou minhas pernas. Descemos do carro para ver se era possível passar por ela mas acabamos voltamos para a BR. Guardei algumas fotos de recordação, claro, mas desistimos de atravessar (risos). Imagina a água levar o carro embora?

Poupe seu dinheiro e compre um espelho. Você a criou. Acha que minha filha é igual a mim? Sua filha é exatamente igual a você.

“É o pânico que derruba você!”

Tenho outras experiências com trilhas, florestas, e cenários semelhantes em diversas viagens esse é um dos motivos que Força da Natureza prendeu tanto minha atenção. Jane Harper nos deixa sem fôlego a cada página. A adrenalina corre pelo corpo e não conseguimos largar o livro até saber o que realmente aconteceu com Alice Russell.

Se ela saiu de madrugada porque não chegou antes das colegas? Por que não usou o telefone para ligar novamente? Ou ligou para a emergência? São muitas perguntas e o tempo está correndo. De acordo com o chefe de polícia quanto mais o tempo passa menores são as chances de encontrá-la com vida. Será?!?

Jane Harper
Aaron Falk dá lugar a Alice Russell

Em “A seca“, por exemplo, fica nítido que o protagonista é Aaron Falk. No entanto, em Força da Natureza o detetive fica em segundo plano dando espaço para outros personagens como Lauren, Alice e suas filhas. Talvez tenhamos essa percepção pelas reflexões trazidas ao longo da história que nos faz analisá-las de maneira isolada.

O que achei da edição

Assim como “A seca”, a edição de Força da Natureza segue o mesmo formato bem semelhante a edição original australiana. As páginas amarelas permitem uma leitura confortável, além da capa ser bem firme. Um dos pontos positivos da Editora Morro Branco é que eles capricham no trabalho gráfico.

No instagram da autora é possível encontrar as capas de outros livros. Percebi que Jane Harper gosta de artes impactantes que chamem a atenção do leitor. Um exemplo disso é The survivors. Pela arte temos noção de que a aventura dessa vez é perto do mar. The lost man também é muito característico quando vi logo pensei num campo de concentração mas a história é ambientada no deserto australiano. Diferente de “A seca” e “Força da Natureza”.

Jane Harper
Minha opinião sobre Força da Natureza

Jane Harper, ao lado de Tana French, Lucy Foley e Anne Cassidy se tornou favorita na minha lista de autoras do gênero. Ela consegue com maestria transportar o leitor para cada ambiente e sentir todas as emoções vividas pelos personagens.

Em “A seca” consegui sentir o calor, sede, poeira no ar que ela descrevia com tamanho detalhe. Mencionando o clima árido da Austrália, o período de seca, o rio que não existe mais e a importância de cuidar para aquelas áreas não pegarem fogo.

Os passos de Falk ficaram mais e mais velozes, até que, com o rugido da Cachoeira do Espelho, aumentando aos ouvidos dele, o agente começou a correr.

Em Força da Natureza, Jane Harper, além de mostrar a importância de sair da zona de conforto e ter experiências diferentes fora do ambiente de trabalho, também levanta questionamentos sobre o poder da internet, bullying, anoxeria e como tudo isso pode destruir alguém.

Quanto tempo uma pessoa consegue guardar mágoas dentro de si? O quanto isso pode consumi-la? Sentir-se inferior, se comparar, desejar vingança, não viver sua vida plenamente e apenas se concentrar no outro. Deve ser muito triste uma existência assim concorda?

Já vivi situações de bullying no trabalho e faculdade. Mas sempre me senti imune a isso e me afastava. Nunca pensei em me vingar ou fazer mal a alguém. Mas creio que nem todas as pessoas pensam dessa forma.

Bom, essa foi minha experiência lendo Força da Natureza. Conta pra mim… já leu algum livro ambientado na Austrália? Tem curiosidade em conhecer os livros da autora? Deixe seu comentário antes de ir 🙂

Leia também: Conheça o novo thriller de Jane Harper

Até o próximo post, Érika ♡

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13 Comentários

  1. Olá, tudo bem?
    Eu li justamente “A Seca”, mas tem um tempinho e adorei a leitura. Agora preciso comprar esse novo livro da Jane, deve ser muito bom. Eu particularmente adoro thrillers e não lembro de muitos no momento que sejam ambientados em florestas ou na Austrália. Parabéns pela resenha, ficou bem caprichada!

  2. Oi Érika!

    Acho que é a primeira vez que vejo um livro que se passe na austrália, ainda mais numa floresta! Eu sempre costumo ver fotos dos animais que tem por lá e isso seria bem assustador pra mim que morro de medo de qualquer coisa HAHAHAHHAHA
    Mas parece ser um daqueles livros que eu iria ficar viciada e terminaria em um dia, eu ando precisando de livros assim, inclusive! Já anotei a dica!!

  3. Oi Érika, tudo bem?
    Eu creio ser a primeira vez que vejo um thriller ambientado em uma floresta australiana. Sim, sei que existem outros com essa mesma ambientação, mas considerando que a Austrália é conhecidamente um país de paisagens áridas e um clima que só por Deus, imagino o que deve ter sido de tensa a vivência dessa vítima, se é que ela saiu viva para contar.
    Acho que só lendo para saber, então verei se tem no Unlimited ou, dependendo de quanto estiver, adquiro o e-book.
    Um beijo de fogo e gelo da Lady Trotsky…

  4. Estou muito curiosa pra conhecer o trabalho da autora e esse livro está na minha lista pra ler e a vontade só aumentou com essa resenha perfeita.
    Já quero começar a ler hoje mesmo.

  5. Rapaz… deve ser uma leitura eletrizante. Eu particularmente amo ambientações em locais inóspitos, que passam a sensação de horror e isolamento. Não conhecia a autora e fiquei muito a fim de ler esse e o livro anterior dela!

  6. primeiro adorei sua resenha, segundo me senti meio perdida pois conheço a obra A Seca e sou curiosa em ler mas não fazia ideia que tinha um segundo livro kkk, e ler sua resenha me deixou ainda mais curiosa.

  7. Olá, Érika! Tudo bem? Achei bem curioso conhecer mais sobre esse título da Jane Harper, publicado pela editora Morro Branco. Eu já li alguns livros do catálogo da editora e acho bem interessantes. Esse ainda é uma super novidade pra mim. Nunca li um livro ambientado na Austrália. Mas, gostei do livro abordar temas importantes e delicados também, como o bullying.

  8. Olá Érika,
    Fiquei muito interessada pelos livros que você citou, A seca e Força da natureza. Quero conhecer a escrita da autora. Sua opinião sobre essas leituras aguçou a minha curiosidade. Obrigada pelas sugestões.

    Bjs!

  9. Eu li A Seca da autora e gostei bastante, fiquei curiosa com este outro título, não imaginei que ela ia dar sequencia ao personagem.

  10. Parece ser um bom livro pra ler, a autora levanta assuntos importantes como bullying, anoxeria, são assuntos que mexe com a gente, ainda não li nenhum livro ambientado na Austrália, mas gostei muito da sugestão de livro bjs.

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