Suzette, uma deliciosa viagem com destino à Itália

Oi gente, tudo bem? Aqui em Santa Catarina o sábado foi de céu azul e dia quente. Aproveitamos para passear e comer fora. Já no domingo iniciei a leitura de Suzette, uma Graphic Novel que recebi em parceria com a Editora Nemo. E vocês, como aproveitaram o final de semana?

Esse ano é a primeira vez que somos parceiros da Nemo e não poderia estar mais feliz, ainda mais por este selo trazer tantas novidades. Um tempo atrás li Sunny o lado bom da vida e posso dizer que foi uma grata surpresa me envolver tanto com a personagem. Além da edição que merece muitos elogios.

Quando li a sinopse de Suzette criei uma certa expectativa, mas agora após finalizar o livro posso dizer que foi muito além do que esperei. Uma história cheia de reflexões, personagens cativantes, e o mais notável ambientado na Itália ao som de ninguém menos que Alessandra Tonali.

Uma história sobre perdas, reencontros e um grande amor

O livro tem início com o falecimento de Bernard, marido de Suzette. Foram quase 60 anos de casamento e agora ela precisa seguir em frente e aprender a viver sozinha. Noèmi, sua neta, é sua única família e lhe dá todo apoio de que precisa.

Noèmi acaba de tomar a importante decisão de morar com Hugo, seu namorado, após 5 anos de relacionamento. Tudo é novo e ela ainda está se adaptando aos desafios da vida a dois. Dividir as contas, decidir quais móveis comprar, quais as prioridades de cada um. No entanto, o maior desafio é compreender que apesar de morarem juntos cada um precisa do seu próprio espaço, principalmente Hugo que não abre mão de sair com seus amigos de faculdade. Agora que um deles voltou do intercâmbio Hugo quase não pára em casa.

Noèmi preocupada com a avó teme que ela se isole, porém, numa conversa Suzette revela que o casamento não era tão perfeito quanto as pessoas imaginavam. Bernard, seu marido, apesar de tratá-la bem, ser amoroso, gentil, avô presente, lhe era infiel. Talvez por isso não sinta tanto sua falta, e tenha certa dificuldade em chorar sua partida.

Noèmi passa os dias seguintes refletindo sobre as palavras da avó. Desde criança sempre admirou o casamento de seus avós e comentava com todos os amigos que aquele era seu objetivo de vida: ter um casamento feliz e perfeito como o de Suzette. Agora, porém, sente que perdeu a referência de relacionamento ideal.

Suzette e Bernard e o “felizes para sempre”

Noèmi se questiona porque, mesmo infeliz, sua avó continuou casada. Nesse momento tem início uma série de reflexões sobre como eram os casamentos antigamente. Questões como idade para se casar e não ficar para titia, submissão ao marido, cuidados com a casa, ser boa esposa e mãe, não pedir divórcio para evitar comentários maldosos, e o maior tabu de todos falar sobre sexo.

O tema não era conversado abertamente nas escolas, com os pais ou amigos, e tudo o que se aprendia era escondido. Um dos motivos de Suzette se considerar pudica e não conseguir falar sobre isso com o marido.

Bernard foi seu primeiro e único homem. Ao revelar isso Noèmi lhe questiona se ela nunca se apaixonou. É quando seus olhos brilham e conhecemos o italiano Francesco. Um rapaz de família muito rica que Suzette conheceu quando fez intercâmbio na Itália dois anos antes de seus pais arrumarem o casamento com Bernard.

Mesmo após tantos anos a imagem de Francesco segue nítida em sua memória. Noèmi é curiosa e enche a avó de perguntas, as quais ela não tem resposta. É então que a menina, tão esperta, propõe ir à Itália procurar Francesco! Será que ele está casado? Tem filhos? Ainda se lembra de Suzette? O que terá acontecido durante todo esse tempo? Após um tantinho de relutância Hugo e Noèmi conseguem convencê-la a viajar.

Noèmi pede uns dias de folga do trabalho, arranja um carro emprestado e arruma as malas. Está contente acreditando que os três; ela, Hugo e sua avó, embarcarão nessa aventura. Momentos antes de partir seu namorado diz que ficará pois precisa estudar para as provas, deixando Noèmi muito triste, porém com esperanças de que ele pegará um avião para encontrá-las depois das provas.

Malas prontas rumo à Itália, a aventura está apenas começando!

Dois endereços. Dois Francesco. Duas possibilidades. Será que um deles é quem estão procurando? As duas têm apenas 1 semana para encontrar o verdadeiro amor de Suzette. Uma viagem gostosa cheia de sorrisos, confidências e diálogos sobre a vida. Uma reflexão sobre como as gerações são tão diferentes, agem de formas distintas, mas ao mesmo tempo buscam realizações idênticas.

Por um lado, Suzette com quase 80 anos. Uma vida inteira ao lado do mesmo homem. Vivendo com alguém gentil, honrado, mas sempre em busca de aventuras fora do casamento. Por outro, Noèmi, recém morando com o namorado, cheia de energia, sonhos e expectativas quanto ao casamento perfeito. Há um jeito certo de construir um relacionamento? Ou cada casal é único e segue aquilo que é melhor para si? É isso que vamos descobrir nessa leitura envolvente de Fabien Toulmé.

Ao chegar à Itália a primeira coisa que Suzette e Noèmi fazem é ir até o primeiro endereço, no entanto, não tem ninguém em casa. Decidem ir ao próximo destino também sem sucesso. Elas têm a ideia de procurar a mansão onde Suzetter trabalhava como au pair. O casarão está abandonado, mas elas conseguem entrar e todas as memórias ressurgem cristalinas na mente de Suzette, como se tivesse deixado aquele lugar no dia anterior.

O jardim, a fonte de água, os bancos onde passava horas ensinando a criança, seu quarto, o rosto de Francesco, são memórias vivas que lhe fazem companhia. Essa nostalgia traz à tona sentimentos a muito tempo guardados.

Será que as duas encontrarão o verdadeiro Francesco? Qual será a reação de Suzette ao vê-lo após tantos anos? Ele a reconhecerá?

Suzette, uma personagem pra lá de cativante

Eu poderia contar muito mais coisas sobre o livro, mas isso com certeza tiraria a emoção da descoberta. Viajar com Noèmi e Suzette a bordo de um furgão foi a aventura mais divertida dos últimos tempos. Sair para jantar e dançar ao som de Amami Finché Puoi foi de longe a mais grata surpresa.

O livro tem mais de 300 páginas mas li numa tarde de tão envolvente que é a história. Outra coisa que gostei demais foram as ilustrações. Houve o cuidado com cada detalhe: o barulho ao abrir uma porta, mandar mensagem no celular, bater a porta do carro, o andar do carrinho de compras na IKEA, as buzinas no trânsito, o fechar das janelas, até o som de fumar um cigarro. Isso me encantou.

O autor levantou questões pertinentes sobre relacionamentos. A importância de darmos espaço um ao outro, de haver diálogo sobre algo que nos incomoda, compreender que nenhum casamento nasce pronto ele se constrói dia após dia, e que sempre é possível encontrar um grande amor.

Quem lembra do filme Cartas para Julieta? Sophie numa viagem à Verona visita o lugar onde as pessoas deixam suas cartas para a heroína de Shakespeare. É assim que encontra a carta de Claire de 1957 e se anima em responder. Inspirada pela garota Claire decide procurar seu antigo amor da juventude e as duas saem em busca de Lorenzo por toda a Itália. A fotografia desse filme é simplesmente incrível. Se você é fã da Amanda Seyfried coloque o filme na sua lista!

Para uma primeira leitura do selo Nemo estou muito feliz e grata à editora. E vocês, já leram alguma Graphic Novel? Tem alguma para indicar? Gostaram das ilustrações? Concordam que são lindas?

Até o próximo post, Érika ♡

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