Instant Karma: Amor, Caos e Destino

Oi, gente! Como estão? Esse mês li meu primeiro livro da Marissa Meyer, Instant Karma. O livro foi publicado pela Editora Rocco (e para os fãs de livros incríveis com capas fofas: TEMOS!).

Nesse livro somos apresentados a Prudence, uma garota prática, séria e dedicada que foi obrigada durante todo o período letivo a fazer um projeto em dupla com o maior objeto de seu desafeto: Quint.

Julgado como um aluno desleixado pela garota aplicada e certinha, Quint chega atrasado nas aulas e é irresponsável com as suas tarefas, além de não ter contribuído em quase nada com o projeto de biologia dos dois.

No último dia de aula, porém, Prudence precisa engolir todo seu orgulho: Quint tirou uma nota maior que a dela. Mesmo recebendo uma segunda chance do professor para reenviar o projeto, Pru precisa que Quint aceite refazer o trabalho, o que não é o maior sonho da vida dela, por ser extremamente controladora e não confiar em seus colegas de equipe.

Mas algo estranho acontece. Depois de cantar a música Instant Karma no caraoquê e bater a cabeça, Pru descobre que recebeu um estranho dom do Universo, com o qual pode usar o carma para punir ou recompensar pessoas. Com essa nova solução em mente, achando que o Universo finalmente está do seu lado, Pru sente mais entusiasmo para pedir – para obrigar – Quint a ajudá-la com o novo projeto.

Só que por algum motivo… o novo poder de Pru nunca pune o Quint. Então ela se vê obrigada a fazer um acordo com ele: ajudá-lo no centro de reabilitação para animais marinhos por quatro semanas e, em troca, ele refaz o trabalho com ela.

E nessa jornada incrível de descobertas e autodesenvolvimento, Pru descobre muito mais do que um poder estranho recebido pelo Universo.

“Eu odeio o Quint. O desprezo dele por todo mundo que não seja ele mesmo. A recusa em chegar na hora. A incapacidade de fazer qualquer coisa útil.”

É UM LIVRO PARA O PÚBLICO JOVEM

Esse me pareceu um tópico interessante para falar sobre, porque sou uma mulher adulta, lendo um livro que tem um público-alvo muito diferente do meu. Nos primeiros capítulos do livro eu me irritei demais com a Prudence e com sua visão claramente distorcida a respeito do Quint.

Por mais que o livro seja todo no ponto de vista dela, até mesmo o leitor consegue reparar que ela é extremamente arrogante a respeito dele, e que na maior parte do tempo escolhe sempre pensar o pior do Quint, sempre rebaixá-lo somo se ela fosse super superior.

Quando decide que quer salvar o centro de reabilitação para animais marinhos do qual a mãe de Quint é dona, por exemplo, a primeira motivação dela é aumentar a nota. Isso mesmo. Não é para salvar animais feridos, não é para resgatar focas machucadas, não é para reabilitar leões marinhos, mas sim porque dar visibilidade para um projeto desses ficaria bonito no currículo dela para a faculdade (insira aqui o emoji do palhaço).

Esse tipo de coisa me estressou muito, porque, sério, quem faz isso? Mas então me peguei pensando justamente o que disse no início: é um livro para um público jovem. A Prudence tem apenas 16 anos e é um comportamento totalmente esperado para a idade dela.

Principalmente porque durante o desenvolvimento do livro ela realmente entende o que acontece no centro, ela se entrega para a causa e começa a se apaixonar de verdade pelo trabalho voluntário que tem desenvolvido. O crescimento pessoal dela durante o livro é muito legal de se ler!

Além disso, tem a questão de algumas abordagens que o livro traz, específicas dessa fase da vida: primeiro amor, aceitação do corpo, sexualidade, a relação com a família e seu conhecimento sobre si mesma.

“Estou visualizando todas as redações incríveis que vou poder escrever contando como consegui tornar o mundo um lugar melhor com minha dedicação altruísta.”

CARMA INSTANTÂNEO

O livro não aborda muito esse poder, na verdade, mas todas as vezes que ele aparecia eu achava extremamente divertido! Até que no meio do livro eu parei para pensar de verdade na GENIALIDADE do que estava acontecendo.

Desde que descobriu que podia fazer isso, a Prudence tem meio que brincado de deus ou uma fada justiceira da sociedade. Mas muito doido pensar que ela estava ditando o próprio destino o livro todo sem sequer saber disso. Um exemplo perfeito é quando decide punir uma garota que estava pichando um outdoor.

A garota caiu da escada e quebrou a perna! Resultado? Aquela garota especificamente era voluntária no centro e, por estar machucada, não conseguiria cumprir suas funções de voluntária. Assim, quando Prudence chega no centro (sem saber de nada disso), prontamente tem uma vaga para ela. Destino doido, não?

Sem contar o grande mistério do porquê Quint nunca recebia nenhuma punição. Na verdade, todas as vezes que a Pru tentava punir o Quint ele era… recompensado. Foi delicioso ver a Pru quebrando a cara todas as vezes que pensou que Quint fosse um babaca.

“Carma imediato. Talvez tenha que ser imediato. Uma retribuição imediata por fazer algo ruim.”

QUINT ERICKSON

E eu acho que esse garoto merece um tópico a parte. É muito, muito difícil eu me apegar a um personagem desse jeito, sem ele ser o narrador da história, como é o caso do Quint.

E não por falha do autor nem nada do tipo, mas sim porque a gente conhece o personagem através dos olhos de outra pessoa, e nesse caso outra pessoa que ODEIA ele por sinal, então como cargas d’água é possível se apaixonar pelo Quint se a protagonista nos chama atenção para tudo que ele faz de errado? Mais uma genialidade na escrita da Marissa.

Mesmo que a Pru nos aponte TODOS OS DEFEITOS DO MUNDO, as ações do Quint são muito óbvias para quem está lendo e nos diz o total oposto do que a Prudence enxerga. É extremamente impossível não se apaixonar por ele (e também não dar aquela passada de pano, porque, né? Atire a primeira pedra quem nunca errou).

É raro os casos em que estou lendo e tenho de cara um ranço pela protagonista e fico do lado da pessoa que ela odeia, mas a escrita genial da autora faz isso com o leitor! O Quint é gentil, fofo, divertido e, de longe, meu personagem favorito do livro. Capaz de eu sair panfletando Instant Karma só por causa dele (no off: eu já estou fazendo isso).

“Ele sorri, os olhos capturando a luz que reflete na água, e não são olhos chatos, comuns e básicos. São intensos e cativantes.”

ROMANCE

É um Young Adult que se passa na praia durante as férias de verão, ÓBVIO que vai ter romance, né? E eu amei o desenvolvimento desse!!!!!

Desde o começo a premissa de haters to lovers não deixa a gente decepcionado. Eu tenho uma rixa com livros desse tipo porque é tão complicado achar um motivo plausível para o casal se odiar que as vezes chega a ser ridículo! Mas nesse livro tudo faz sentido: A Pru é certinha, odeia atrasos e irresponsabilidade; o Quint é tranquilo e divertido, odeia ambientes sérios e controladores. Já pode imaginar como é linda a relação deles.

Antes de perceberem que tem muito mais em comum do que imaginam, é claro.

A Pru e o Quint começam devagar, mas sutilezas nos pensamentos dela (quando ela repara no cabelo dele, por exemplo), já vai plantando a sementinha da expectativa. Já vou avisando que o romance é lento (alô, slowburnes, esse livro é para vocês!), mas vale a pena. Para mim é muito melhor um romance bem desenvolvido, ainda que lento, do que aquele que acontece rápido, mas não tem um PINGO de emoção.

Em Instant Karma tem emoção, frio na barriga, borboletas no estômago… eu senti tudo!!!

“Mas que droga. Eu acho que posso estar começando a gostar do Quint Erickson.”

UMA LEITURA IMPORTANTE

O livro é muito bem desenvolvido, a capa é linda, os capítulos são curtos e a diagramação é perfeita! Aprendi muito sobre a vida marinha e fiquei triste por não morar na praia, porque depois desse livro me deu vontade de me mudar para Fortuna Beach para conhecer as focas e os leões-marinhos. Além disso, fala muito sobre vida, perdão e amor, sem contar que é muito divertido e garante boas risadas!

Fica minha indicação de milhões e já vou correndo ler os outros livros da Marissa Meyer publicados pela Editora Rocco!

Beijinhos, Lorh!