O gato que amava livros

O gato que amava livros: uma ode aos livros e a amizade

Oi gente, como vocês estão? Como comentei no instagram estive doente alguns dias e acabei atrasando algumas leituras, ainda assim espero conseguir compartilhar livros que me marcaram nos últimos meses. O gato que amava livros, da Editora Planeta, é um deles.

Desde Quatro vidas de um cachorro fiquei fascinada com histórias que trazem bichinhos como protagonistas. É impossível não se comover com a história do golden retrivier Bailey e querer ter um cachorrinho como ele. Se você ainda não conhece vale a pena dar uma chance.

Agora a Planeta traz ao Brasil, O gato que amava livros de Sosuke Natsukawa, a incrível história de um gato malhado que adora livrarias.

Rintaro e o gato malhado

Rintaro Natsuki é um adolescente que está no colegial, após a morte dos pais ele vai morar com seu avô, dono de uma pequena livraria. E assim encontra nos livros um refúgio. Ele é um rapaz quieto, introvertido e de poucos amigos. Com a morte do avô sente-se ainda mais sozinho e começa a faltar às aulas.

Sayo, a representante de classe, fica responsável por levar a Rintaro todo o conteúdo passado pelos professores. No início ele se mantém distante porque não está acostumado a conversar com as pessoas, mas com o passar do tempo nasce uma amizade entre eles.

Um dia, perdido em pensamentos, Rintaro percebe a presença de um gato na livraria. O mais estranho é que o gato conversa com ele, chamado-o de Sr. Proprietário. O adolescente pensa estar sonhando, mas quando o bichano pede a sua ajuda ele se assusta de verdade. Está ouvindo vozes? Precisa diminuir o tempo que passa na livraria? Voltar à escola? Um turbilhão de perguntas passa pela sua mente. Fecha os olhos, conta até 3, mas não adianta o gato continua ali no meio do corredor.

Quando finalmente se dá conta de que o bichano não vai embora, pergunta o que está acontecendo. O gato então lhe explica que precisa de sua ajuda para salvar alguns livros. Há labirintos que Rintaro precisa percorrer, figuras assustadoras que precisa enfrentar, e muitos livros para salvar. Então, nos fundos da livraria, surge um corredor iluminado que Rintaro terá que percorrer se quiser “se livrar” do gato malhado. É aí que a aventura começa…

O gato que amava livros

Se você, assim como eu, ama o universo literário vai deixar se envolver por Rintaro, Sayo e o gato malhado. Personagens incríveis bem ao estilo de A cidade dos fantasmas. O gato que amava livros é uma fantasia que prende a atenção do leitor desde o início e nos faz querer desvendar o mistério do gato malhado e também dos labirintos.

Apesar de ser um livro relativamente curto demorei quase duas semanas para terminar porque a leitura traz diversas reflexões, quotes memoráveis, de vez em quanto parava para conversar com meu namorado sobre alguns pontos, quase uma leitura coletiva (risos).

A escrita do autor é simples e fluida, o que mais me chamou atenção foi a editora ter mantido certas expressões em japonês para nos aproximar da cultura local. Isso fez bastante diferença durante a leitura porque parei várias vezes para buscar o significado dessas palavras. Um exemplo é a palavra hikikomori, que em tradução livre diz respeito a pessoas introspectivas.

Outro aspecto interessante é como o autor descreve as construções japonesas, se fecharmos os olhos conseguimos imaginar cada lugar mencionado por ele. Além da neve fina caindo, a passagem das estações, além das flores de cerejeiras (que todos amamos).

Algumas reflexões importantes

Como disse ali em cima o livro traz tantas reflexões que seria possível escrever umas 10 páginas, mas tentarei pontuar as mais significativas.

A primeira diz respeito àquelas pessoas que apenas acumulam livros, usando-os como decoração, sem encontrar tempo para lê-los, ou ainda reler os que mais gostou. Há quem se considere melhor porque possui uma biblioteca gigante, ou simplesmente por ter lido mais livros. O que sabemos não ser verdade. Cada livro tem um propósito e cabe ao leitor tirar o máximo proveito de cada experiência.

A reflexão seguinte é sobre como muitas vezes nos deixamos influenciar ou julgamos certos livros por quotes, sinopse ou trechos aleatórios que encontramos. De acordo com o avô de Rintaro, cada livro é uma aventura única com começo, meio e fim. Não podemos basear nossa opinião apenas em recortes.

Outro tópico importante traz luz à comercialização de livros. Em especial a venda de títulos populares, que vendem mais, os famosos best-sellers como conhecemos. O avô de Rintaro acredita que o objetivo de um livro é informar, ensinar, mudar o leitor de alguma forma e não ser apenas mais um título na estante. Concordamos que há livros para todos os gostos, mas é legal perceber que há histórias incríveis de autores menos conhecidos.

Grandes autores que sobreviveram ao longo dos anos como Jane Austen, Os irmãos Grimm, Edgar Allan Poe, Miguel de Cervantes, Mark Twain, Isaac Asimov, Dostoiévski, , William Shakespeare, Virginia Woolf, Tolstói, e muitos outros não podem simplesmente ser esquecidos, são imortais. É preciso equilíbrio entre passado e presente e manter a literatura viva.

Considerações finais

Foi a primeira vez que li uma história ambientada no Japão (que eu me lembre) e gostei muito da experiência. A referência à cultura e aos costumes japoneses me deixou curiosa para saber ainda mais sobre o Japão. Em relação ao autor achei interessante O gato que amava livros ser seu primeiro livro traduzido para o inglês.

Sosuke Natsukawa consegue de maneira notável abordar temas como amizade, luto, família, literatura, valores, e conectar tudo de maneira impecável. A história em si não tem muitos personagens, então quem merece destaque na minha opinião é Sayo. Se eu fosse falar sobre ela poderia trazer spoiler, então fica a sugestão de leitura 🙂

O gato que amava livros é aquele livro que quando você termina sente um quentinho no coração. Rintaro, livros, e um chá quentinho, tem coisa melhor? O que está esperando para ler também?

Agora me conta, já leu alguma história ambientada no Japão? Conhece o autor, ou os livros da Editora Planeta? Antes de ir deixe seu comentário!

Um abraço, Érika ♡


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12 Comentários

  1. Eu já adorei duas coisas sobre esse livro: japão e bichinhos. Sou apaixonada pela cultura japonesa, e também adoro muito histórias com animais como protagonistas (ou semi protagonistas). Lembro que amei ler O Cão Que Guarda As Estrelas, que é um mangá muito livro com um cãozinho no japão também.

    Ótima resenha!
    bjs

  2. Já li alguma obra original do Japão, e que se passava por lá. Mas confesso não ser algo costumeira da minha vida de leitora…
    Esse tipo de livro não me chama a atenção, assim, de cara. Porém, quando a gente lê resenhas, comentários, exposições e reflexões… A gente acaba ficando interessados, de fato!
    Adorei quando você cita que precisamos de um casamento entre clássicos e contemporâneos. É tão triste ficar preso a um nicho, e perder tanta coisa boa, linda e importante!
    Erika, grande abraço. Te desejo boas festas e até 2023!

  3. Oie, tudo bem?
    Eu estou doida por esse livro desde que foi lançado. Além de ter achado a capa muito fofa, amei demais a premissa e o fato de ser ambientado no Japão. Não deu para ler esse ano, mas está na minha meta para 2023.
    Amei saber que foi uma leitura tão cativante e de deixar o coração quentinho. Acho que vou amar também.
    Beijos

  4. Que livro fofinho, o lugar que meus gatos mais gostam de ficar, além de minha barriga, é no meu quarto dos livros, uma mini biblioteca particular habitada por seres estranhamente sedutores e maravilhosos. Eu li poucas coisas ambientas no Japão e é uma culturas que tenho profundo apreço e sempre conhecer, então o livro tem tudo que gosto.

  5. Oi Erika!
    Lendo sua resenha, eu reparei que tenho apenas um livro que o protagonista seja animais de estimação. Por isso eu não conhecia este livro e fiquei com bastante vontade de lê-lo. Vou adicionar na lista de desejados.

    Bjos

  6. Olá,
    Já li alguns livros que se passam no Japão e realmente a ambientação é um dos destaques. Não conhecia esse livro mas super gostei das reflexões que ele tráz.

  7. Que tema interessante dessa obra. Várias reflexões. Já fui de acumular livros, mais na época de escola, mas depois de formada doei a maioria. No prédio do meu trabalho tem uma biblioteca pública, é maravilhoso ir lá 🙂

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