O Sanatório

O Sanatório, um SUSPENSE Claustrofóbico nos Alpes Suíços

Oi gente, tudo bem? Um ano atrás vi a divulgação do livro O Sanatório, de Sarah Pearse, num site americano. Tudo nele me chamou atenção. Capa. História. Ambientação. Quase não acreditei quando descobri que a Editora Intrínseca traria para o Brasil.

Quem é seguidor mais antigo viveu algumas aventuras claustrofóbicas com a gente em A mulher na cabine 10 (um navio rumo aos fiordes noruegueses), Em um bosque muito escuro (um suspense numa floresta isolada), e A morte da Sra. Westaway (uma mansão isolada em meio a nevasca).

Em O Sanatório não será diferente. A ambientação escolhida pela autora é nada menos do que um hotel de luxo no meio do nada. Quer mais? Ocorre uma nevasca e ninguém pode sair ou entrar, ou seja, os hóspedes não têm contato com o mundo externo. Mais suspense? Eles encontram um corpo! Sabe o que isso quer dizer? Que o responsável ainda está no hotel! Esse é o pontapé inicial desse suspense claustrofóbico.

O Le Sommet

E agora vamos pegar um avião para a Suíça. O Le Sommet é um hotel luxuoso nos alpes suíços. Do lado esquerdo uma densa floresta, do lado direito montanhas congeladas, onde os mais experientes mostram suas habilidades para esquiar.

Foi esse lugar remoto que Isaac, irmão mais novo da detetive Elin Warner, escolheu para seu noivado com Laure, gerente administrativa do hotel. O que poderia dar errado nessa festa? Se você conhecesse o passado desse lugar também pensaria duas vezes antes de embarcar no teleférico rumo às montanhas congeladas.

2015… voltando ao passado

Antes mesmo do início das obras de reconstrução do antigo sanatório Daniel Lemaitre um dos responsáveis pela elaboração do projeto simplesmente desaparece. Ele vai fazer vistoria no prédio um dia e não volta mais. Ninguém sabe seu paradeiro ou o que pode ter acontecido. É um período conturbado para a família Caron, ainda mais pelos protestos de moradores locais contra a reforma.

Desde que a construtora divulgou a reforma do antigo prédio moradores locais e ambientalistas recorreram às mídias para impedir as obras. Entre os mais diversos motivos estão corrupção e compra de silêncio. Mesmo que os números não sejam favoráveis, a família Caron dará um jeito para que a construção siga em frente.

O Sanatório

2018… inauguração do Le Sommet

Depois de toda a mídia negativa envolvendo o empreendimento ele finalmente sai do papel. O Le Sommet abre suas portas. Lucas Caron, idealizador do projeto sente-se orgulhoso por dar vida ao antigo sanatório onde seu avô trabalhou por muitos e muitos anos, inclusive ganhou prêmio pós-morte por ser pioneiro em sua área.

2020… festa de noivado Isaac e Laure

O Le Sommet, em pleno funcionamento, é o lugar escolhido para a festa de noivado de Isaac e Laure. Todos os amigos e familiares são convidados, inclusive Elin Warner, irmã mais velha de Isaac. Detalhe: eles não conversam a muitos anos. Ela não tem ideia porque foi convidada.

Laure, a noiva de Isaac, é amiga de infância de Elin mas elas também não conversam a bastante tempo. Esse já seria um dos motivos para a detetive não aceitar o convite. Porém, seu namorado Will, que é arquiteto, está empolgadíssimo para conhecer o Le Sommet, projeto muito elogiado entre os arquitetos.

Elin carrega um grande trauma: a morte de seu irmão de apenas 8 anos. Por mais que ela force suas lembranças, não tem ideia do que aconteceu naquele dia na praia quando eram crianças. Só lembra de um corpo sem vida flutuando na água. Noite após noite ela acorda em meio a flashbacks do que poderia ser a “verdade”. Será que seu irmão Isaac seria capaz de fazer algum mal a Sam? É o questionamento que ela carrega desde os 12 anos.

A pouco mais de seis meses a mãe de Elin ficou doente e morreu. O relacionamento das duas nunca mais foi o mesmo depois do que aconteceu com Sam e do marido tê-la deixado. Aquela tragédia destruiu para sempre a família Warner. Todos os dias Elin remexe nas caixas deixadas pela mãe e se vê presa ao passado. Quando Will a convida para morarem juntos ela sente não estar preparada. Os fantasmas teimam em persegui-la.

Quando recebe o convite de Isaac num primeiro momento pensa em não aceitar, mas as dúvidas quanto ao passado a fazem mudar de ideia. Sente que essa pode ser a única oportunidade de enfim descobrir tudo sobre os últimos momentos de Sam.

Elin faz um tour pelo hotel

Mesmo sentindo calafrios, Elin finalmente embarca no teleférico rumo ao lugar que seu irmão escolheu para se casar. A primeira impressão não é das melhores quando percebe que a família Caron manteve no hotem aquele “ar de hospital”. Inclusive itens como cuspideira, máscaras, e um lustre que mais parece a junção de várias cordas usadas para se enforcar (achei bizarra essa parte).

Além de toda a decoração temática há uma sala em construção onde seria uma espécie de “arquivo”. Para manter viva a história do hospital. Nela é possível encontrar fichas médicas, máscaras, fotografias, e muita poeira. Elin sente calafrios ao ver a sala pela primeira vez.

O reencontro de Elin e Isaac

Por mais que Elin estivesse segura de que o único motivo de estar ali é solucionar seu passado, nada a prepara para o reencontro com Isaac. Ele está diferente, mais velho, porém continua a constrangendo do mesmo jeito de quando eram crianças. Com receio de alguém ser melhor do que ele, ou perder a atenção daqueles que ama.

Elin não compreende porque ele é tão amargo e guarda tanto rancor. Mas, depois de colocar a conversa em dia os dois casais marcam de jantar à noite. No entanto, Isaac e Laure, não aparecem. O que deixa Elin decepcionada e crê que o irmão segue igual quando criança.

Editora Intrínseca

O corpo de Adele aparece na piscina

Na manhã seguinte Isaac procura Elin e diz que Laure simplesmente desapareceu. Por conhecer o irmão Elin crê que ele está exagerando, no entanto, com o passar das horas sem nenhuma notícia todos começam a se preocupar. Na noite anterior, Elin flagrou Laure discutindo com alguém no telefone mas não tem ideia de quem seja.

No decorrer do dia ouvem as últimas notícias sobre o clima e são informados de que o hotel será fechado e todos os hóspedes devem ir embora devido a forte nevasca. Quando restam poucos ônibus para ir embora um dos funcionários aparece correndo pálido como se tivesse visto um fantasma e conta ter encontrado um corpo na piscina. É Adele, camareira do hotel.

Agora, Elin vive um impasse. Esquecer tudo, pegar o ônibus e ir embora. Ou seguir seu instinto de detetive e iniciar as investigações? Quando questiona a recepcionista do SPA, ela menciona que o helicóptero visto próximo ao hotel veio resgatar o corpo de ninguém menos que Daniel Lemaitre, após 5 anos!

O que sabemos até agora? O arquiteto Daniel está morto. Adele, a camareira, está morta. E Laure desaparecida! Elin vai correr contra o tempo para descobrir o que está acontecendo e tentar salvar sua amiga de infância, antes que mais alguém desapareça!

A escrita de Sarah Pearse

O que dizer de Sarah Pearse? Sua escrita é envolvente do início ao fim. Somos imersos na história e começamos a criar as mais diferentes teorias. Depois de 200 páginas é impossível deixar o livro de lado. Queremos respostas. O que Daniel, Adele e Laure têm a ver com o passado do sanatório? E que passado é esse que alguns tentam esconder enquanto Lucas quer preservar?

Conhecendo os Alpes Suíços

Próximo ao hotel há uma estradinha que leva à floresta. Quanto mais você anda mais escuro fica. É preciso cuidado para não se perder e saber o caminho de volta. Do outro lado as montanhas congeladas podem desmoronar a qualquer momento. Já no hotel há um assassino à solta. Qual lugar você escolheria para se esconder? Pois é, eu também não tenho uma resposta!

Analisando Will, Elin e personagens rasos

Apesar de estarmos num hotel a história não tem tantos personagens quanto imaginei, então é possível analisá-los individualmente. Quem eu mais gostei foi sem dúvida Will (namorado de Elin). No decorrer da trama se mostrou leal, corajoso e disposto a permanecer ao lado de Elin apoiando mesmo sem concordar com algumas de suas atitudes.

Elin, por outro lado, creio que possa dividir opiniões. O fato dela viver presa ao passado (por diversos motivos) impede que aproveite de maneira plena o presente, seja aceitando a chance que sua chefe lhe dá mesmo tendo feito “coisas erradas”, ou o pedido de Will para que morem juntos. Isso influencia também no seu julgamento enquanto detetive, deixando de lado detalhes importantes para o caso.

De maneira geral creio que a autora não se aprofundou em nenhum personagem, apenas contou detalhes pontuais de cada um. Quando analisamos detetives como Teresa Lisbon (The Mentalist), por exemplo, conseguimos ter empatia porque acompanhamos sua trajetória até chegar à CBI. Com Elin isso não acontece. Se você, assim como eu, conhece a história de Olivia Benson (Law & Order), Lilly Rush (Cold Case), ou Carrie Wells (Unforgettable), consegue perceber a ausência de profundidade num personagem.

Mesmo o livro tendo quase 500 páginas creio que a autora poderia ter explorado/explicado um pouco melhor os traumas vividos por Eilin e porque ela desconfiava de Isaac. A explicação no final foi tão rápida quanto arrancar um band-aid. Talvez isso explique o distanciamento leitor x personagem.

Impressões finais

Como vocês sabem eu sempre indico livros de suspense. O Sanatório vale a pena? Sim! A história é envolvente desde o início. Um aspecto que gostei foi ter passagem de tempo, isso torna a leitura mais dinâmica e exige mais atenção do leitor.

Quanto ao final fui surpreendida, de verdade! Não fazia ideia qual era a motivação e muito menos quem estava por trás de todos os acontecimentos. Alguns leitores podem desconfiar se prestarem bastante atenção numa pista ou outra, mas para a maioria será uma surpresa. Isso torna a leitura ainda mais empolgante.

Essa foi a indicação de hoje, espero que tenham gostado de passear pelos Alpes Suíços. Agora me conta, já tinha ouvido falar da autora? Conheciam O Sanatório? Tem curiosidade em ler? Antes de ir deixe um comentário 😉

Até a próxima, Érika ♡


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17 Comentários

  1. Olá Érika, tudo bem?

    Nunca li nada da Sarah, mas sempre tive vontade de conhecer a escrita dela, pois sempre vejo muitos elogios a mesma. Fiquei bem curiosa para saber mais desse final que te surpreendeu. Suspense é meu gênero favorito atualmente, então sempre adoro dicas deste tipo de livro.

    Beijos!

  2. Oi Erika!
    Não conhecia esse livro, adoro ser surpreendida no final de uma história, fiquei curiosa sobre as desconfianças de Elin, o lugar desse ser lindo, mas tendo um sanatório como hotel não parece tão agradável assim. KKK
    Amei sua resenha, obrigado pela dica, bjs!

  3. Oi Erika!

    Eu estava esperando uma opinião dos blog que eu sigo para ter mais informações sobre a história deste livro para saber se vale a pena lê-lo e pode ter certeza, minha curiosidade aumentou. A capa já tinha me conquistado e com a sua resenha, vou dar prioridade para ele o mais rápido possível. Espero que a história consiga me surpreender.

    Bjos

  4. Haaa, fico feliz que mesmo apesar do distanciamento de leitor x personagens, ainda assim a leitura valha a pena e o final seja surpreendente. Porque quero muito ler, amo um suspense e a trama me deixou hiper curiosa, já quero saber o que está acontecendo nesse hotel.

  5. Olha, a ideia de ficar presa em um hotel e depois encontrar um corpo já me dá angústia, sério. O que me deixou um pouco pé atrás com a obra é saber que não há aprofundamento na construção dos personagens, mesmo assim, quero ler.

  6. Aaahhhhh, Erika
    Adoro suas indicações. Quase sempre elas batem muito com os estilos que gosto.
    O Sanatório foi uma leitura interessante pra mim. Primeiro fiquei ansiosa, doida para ter livros em mãos. Depois fiquei receosa, porque nos grupos de LC que participo, muita gente “desceu o pau”.
    Entretanto, acho que por eu ir sem expectativas altas, foi bem interessante a leitura e nem me dei conta que era um calhamaço.
    Adorei sua resenha e fotos.
    Abraços

  7. Olá Erika, eu peguei esse livro para ler em março, mas até agora não li. Confesso que até desanimei na verdade, por ter lido e assistido resenhas negativas dele, e vendo que era um calhamaço, eu acabei deixando de lado e dando chance para outros títulos de suspense. Essa é a primeira resenha positiva que vejo, na verdade. Mas acho que darei uma chance ao livro novamente, quem sabe eu também goste dele, né?
    Bjks!

  8. Gosto desse gênero, são meus prediletos, fiquei curiosa, vou anotar aqui pra procurar ou quem sabe pedir de dia dos namoridos né?

  9. Eu amo um bom suspense, de longe é o que mais leio, eu amei a ambientação em um hotel me deixou curiosa, um pouco xoxa com a autora não aprofundar personagens mas sua resenha cumpriu o papel de me deixar querendo ler kkkk.

  10. Bem interessante, realmente embarcar nessa viagem e ficar nesse hotel tem muita história!
    Abraços, Alécia ❤️

  11. Olá, tudo bem?

    Eu simplesmente amo quando sou envolvida pela escrita e crio muitas teorias, isso é algo muito bom, sem dúvida. O fato de não ter muitos personagens e podermos analisar mais calmamente todos que estão presentes é positivo para mim, pois gosto disso, torna mais interessante. Essa explicação rápida do final talvez me incomode, mas mesmo assim quero ler para tirar minhas conclusões.

    Beijos!

  12. Esse parece um daqueles livros bons pra gente sair de ressaca literária. Confesso que achei o começo meio clichê, mas acredito que se tem um final surpreendente e a leitura é fluida dá pra encarar. Garanto que se tivesse a oportunidade eu leria sim! Uma bjk e obrigada pela dica.

  13. Oi! Eu adorei a sugestão de leitura 😀 é bem interessante, gosto muito de livros com essa temática!

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