Carrie Soto

Carrie Soto está de volta e a vida além do Tênis

Oi pessoal, tudo bem? Hoje eu vim falar sobre o último livro de Taylor Jenkins Reid lançado no Brasil: Carrie Soto está de volta, publicado em 2022, pela Editora Paralela. O livro faz parte do universo da fama criado pela autora, presente em alguns livros anteriores.

UM POUCO DO UNIVERSO DA FAMA CRIADO POR TAYLOR JENKINS REID

A quadrilogia da fama de Taylor Jenkins Reid acompanha a vida de personalidades fictícias em histórias que podem ser lidas de forma independente, mas que muitas vezes aparecem em mais de um livro.

A popularidade da autora disparou após o lançamento de seu primeiro romance nesse universo, com Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, que segue a vida de uma atriz de Hollywood. Em seguida, foi a vez do sucesso de Daisy Jones & the Six, sobre o fim de uma banda de grande sucesso dos anos 70.

Conhecemos Carrie Soto em Malibu Renasce, como a amante do marido da protagonista, Nina, o que contribuiu para o fim do casamento dos dois. Sob uma perspectiva diferente, a tenista ganha um volume só para ela e, nesse quarto livro, temos a oportunidade de conhecer sua história. A autora conseguiu criar um universo viciante e glamoroso com esses quatro romances, e Carrie Soto não é exceção.

A HISTÓRIA DE CARRIE SOTO- A MACHADINHA DE GUERRA

Quando Carrie se aposentou em 1989, ela detinha o recorde de 20 títulos de Grand Slam e era considerada a melhor tenista do mundo. Até que em 1994, Nicki Chan aparece. Nicki está prestes a quebrar o recorde de Carrie, e a mesma não quer deixar isso acontecer: ela decide voltar de sua aposentadoria para defender seu recorde e sua reputação.

A partir de então, conhecemos sua história em retrospectiva e todos os desafios que ela enfrentou para se tornar a número um. O romance é intercalado com transcrições de comentários sobre vários jogadores, bem como recortes de jornais. Desde o início, fica claro que Carrie Soto é uma pessoa difícil. Ela tem um coração frio, insensível, muitas vezes ferindo os outros com sua língua afiada, mas confesso que mesmo assim me vi torcendo por ela desde a primeira página.

Taylor Jenkins Reid

“Por melhor que eu fosse na quadra, isso nunca bastava para a opinião pública. Não bastava eu jogar um tênis quase perfeito. Eu precisava fazer isso e também ser simpática. E meu carisma teria que parecer uma coisa natural e sem esforço.”

Do lado de fora, Carrie Soto age como uma garota má com suas palavras mordazes e indiferença. No entanto, fica claro, à medida que passamos mais tempo com Carrie, que esses comportamentos são um mecanismo de defesa. Ela tem uma língua afiada porque é a única maneira de sobreviver em um ambiente que não é particularmente gentil com as mulheres, especialmente quando se trata de uma latina morando nos EUA.

Também é evidente que Carrie afasta as pessoas porque tem medo de se machucar. Sua mãe morreu quando ela era jovem e, à medida que seu estrelato aumenta, ela se torna assunto para vários tabloides e colunas de fofocas. A recusa de Carrie em minimizar suas conquistas lhe rendeu o apelido de “machadinha de guerra”, sendo em alguns momentos chamada de “a vaca”, referindo-se ao seu relacionamento com Brandon Randall (casado com Nina, de Malibu Renasce).

PERSONAGENS MASCULINOS NA VIDA DE CARRIE SOTO

A relação de Carrie com Brandon é mencionada brevemente no livro. A narrativa toma outro caminho na medida em que Bowe Huntley, um colega tenista que compartilha um pouco de sua história, começa a treinar com ela, pois ambos querem sustentar seus títulos.

Bowe atua como interesse amoroso de Carrie, mas o relacionamento dos dois é constantemente retido pelo passado conturbado e pelo medo de vulnerabilidade da protagonista. Carrie e Bowe aprendem a se tornar amigos primeiro antes de dar qualquer passo adiante. A relação entre Bowe e o pai de Carrie foi uma das minhas partes favoritas do livro – vê-los se importando genuinamente um com o outro foi inesperado, mas incrivelmente emocionante.

O romance não é o foco deste livro. É pela representação da relação pai-filha entre Carrie e Javier que a autora dá vida à sua história. Ambos são imperfeitos, mas o amor um pelo outro são lindamente retratados, e você torce pelo vínculo deles o tempo todo. Javier, em particular, é um personagem secundário adorável, e meu coração se partiu no momento em que Carrie decide ser treinada por outra pessoa, por mais que isso tenha sido decisivo para sua carreira.

“Tudo o que nós conseguimos é efêmero. Em um segundo está na nossa mão, em seguida não está mais. Você tinha esse recorde, e podia acabar perdendo. Ou pode conseguir manter agora e perder de novo em dois anos.”

Carrie Soto

O vínculo entre eles é fascinante de se acompanhar, pois as ambições pessoais e profissionais se entrelaçam e as linhas entre pai e treinador se confundem. Mas também é tocante. Javier Soto é o que ajuda a humanizar Carrie. Ela claramente se preocupa com ele, e isso não é apenas uma prova de que seu coração não é tão frio quanto parece, mas também que há algo em sua vida que ela valoriza tanto quanto o tênis.

MUITO ALÉM DO TÊNIS: CARRIE SOTO ESTÁ DE VOLTA É SOBRE DETERMINAÇÃO E PERSEVERANÇA

Embora inicialmente seja uma personagem difícil de seguir, não podemos deixar de admirar a persistência e dedicação de Carrie a sua carreira. O seu amor pelo tênis brilha em cada página, e ela é capaz de conquistar o leitor gradualmente. A autora consegue encontrar um equilíbrio entre fazer com que Soto continue orgulhosa de si mesma, ao mesmo tempo em que enfatiza sua necessidade de mais empatia e vulnerabilidade emocional.

Carrie Soto também traz muito da essência da autora. É um mergulho feminista em uma esfera dominada por homens, observando o mundo pela perspectiva de uma mulher que está cansada de ter que lidar com o patriarcado.

“Vivemos em um mundo onde mulheres excepcionais têm que ficar sentadas esperando por homens medíocres.”

Mas Carrie Soto está de volta também é sobre uma mulher tentando se redimir, apesar das dificuldades em seu caminho simplesmente porque ela é uma mulher. Uma mulher mais velha. Uma mulher latina. Carrie será capaz de superar esse desafio ou está fadada a ser a segunda melhor tenista de todos os tempos? Ela irá se tornar uma pessoa melhor ou irá se perder ao longo do caminho? É a necessidade de encontrar uma resposta para essas perguntas que torna essa leitura tão instigante.

Mesmo que você não se interesse por livros com esportes e não saiba nada sobre tênis (como eu também não sei), não se acanhe. A autora aborda as partidas como uma cena de ação. Em vez de se ater às especificidades do jogo, ela aproveita sua narrativa em primeira pessoa para explorar o relacionamento de Carrie com o esporte. Em última análise, o tênis é apenas o veículo que ela utiliza para explorar temas maiores do livro.

Me conta nos comentários: já leu algum livro da autora? Tem algum favorito?

Leia também a resenha de Em outra vida, Talvez? também da Taylor Jenkins Reid.

Até a próxima!

Beijos, Flávia.

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4 Comentários

  1. Olá!!! Eu adorei a sugestão 😀 a história é bem interessante, essa autora é maravilhosa.

  2. Eu tenho um pé atrás com essa autora, não gostei muito de daisy jones, mas estou sempre disposta a dar mais uma chance! bjks

  3. Oi,
    Estou bem curiosa para ler os livros dessa autora, eu tenho Os sete maridos de Evelyn Hugo, mas ainda não li. Não sabia que os livros tinham alguma relação e adorei de saber! Sua resenha ficou excelente 😉

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